A nova pesquisa Genial/Quaest mostra que, em agosto de 2025, o presidente Lula registrou sua melhor taxa de aprovação desde o início do ano. Hoje, 46% aprovam e 51% desaprovam o governo Lula, uma diferença de apenas cinco pontos percentuais. Em julho, essa diferença era de dez pontos.
Aprovação cresce no Nordeste e Lula ganha força na sua base eleitoral
A melhora na avaliação ocorreu principalmente no Nordeste, onde a aprovação passou de 53% para 60%, enquanto a desaprovação caiu de 44% para 37%.
Em dois dos estados do Nordeste nos quais a pesquisa também fez levantamentos, Bahia e Pernambuco, os índices foram ainda mais expressivos: a aprovação cresceu 13 pontos na Bahia (de 47% para 60%) e 13 pontos em Pernambuco (de 49% para 62%).
Em contrapartida, em estados como São Paulo, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, a desaprovação segue acima de 60%, mas com sinais de tendência de melhora. Já em Minas Gerais, considerado o estado pêndulo do país, a desaprovação permanece em 59%.
Popularidade de Lula cresce entre os mais pobres com alívio no bolso
Outro movimento relevante foi a recuperação da popularidade entre a população de baixa renda. A aprovação subiu de 46% para 55% entre os que ganham até dois salários mínimos, enquanto a desaprovação caiu de 49% para 40%. Esse resultado compõe o padrão observado de março a julho, quando o crescimento vinha concentrado na renda média.
Menos brasileiros percebem alta nos alimentos e poder de compra melhora
A principal explicação para a recuperação do governo está ligada à percepção dos preços no supermercado. A parcela da população que acredita que os alimentos ficaram mais caros caiu para 60%. Esse alívio no bolso foi determinante para impulsionar a aprovação entre os mais pobres, especialmente no Nordeste.
Essa melhora também se refletiu na percepção do poder de compra. Pela primeira vez desde outubro de 2023, diminuiu o número de brasileiros que afirmam ter hoje menos poder de compra do que há um ano: caiu de 80% em julho para 70% em agosto.
Postura diante do tarifaço de Trump fortalece imagem de Lula
Outro fator decisivo foi a postura do presidente diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Para 48% dos brasileiros, Lula e o PT estão se saindo melhor nesse embate, contra 28% que apontam Bolsonaro e seus aliados como mais corretos.
Na comparação entre lideranças, Lula é visto como o que melhor reage às tarifas. Já Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro tiveram os piores desempenhos, ambos com saldo negativo de 31 pontos.
Avaliação negativa de Eduardo Bolsonaro cresce com desgaste internacional
A pesquisa também mostra que 69% dos brasileiros acreditam que Eduardo Bolsonaro defende apenas os interesses da própria família em sua atuação nos Estados Unidos. Apenas 23% veem nele a defesa dos interesses do Brasil.
Brasileiros rejeitam tarifas de Trump e atribuem decisão a motivações políticas
O episódio das tarifas ganhou enorme visibilidade. Em agosto, 84% dos entrevistados disseram ter tomado conhecimento da carta enviada por Donald Trump a Lula, contra 66% em julho.
Ainda assim, 71% consideram que Trump está errado em impor tarifas ao Brasil. Para 51%, a medida tem motivações políticas, não econômicas.
Maioria teme impacto das tarifas na vida dos brasileiros
O receio com as consequências das tarifas é elevado: 77% acreditam que elas vão prejudicar a vida dos brasileiros, especialmente pelo impacto no preço dos alimentos. Nesse ponto, há consenso entre lulistas e bolsonaristas.
Quando perguntados sobre como o Brasil deve reagir, 67% defendem uma solução negociada com os Estados Unidos, enquanto 26% preferem sobretaxar produtos americanos. Já sobre a capacidade de negociação de Lula, a opinião se divide: 48% acreditam que ele vai conseguir reduzir as tarifas, contra 45% que não estão otimistas.
Polarização persiste na avaliação da postura de Lula
A divisão da sociedade aparece também em relação à postura de Lula: 49% acreditam que ele age em defesa do Brasil, enquanto 41% veem uma tentativa de promoção política.
A disputa tarifária ainda trouxe uma percepção inédita: 5% dos brasileiros dizem temer que o episódio possa levar a uma guerra entre Brasil e Estados Unidos.
Apesar do cenário internacional, a violência continua sendo a principal preocupação dos brasileiros (26%), seguida pelos problemas sociais (19%).
Metodologia
A pesquisa Genial/Quaest entrevistou 2.004 pessoas em todo o Brasil entre os dias 13 e 17 de agosto de 2025. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento também contou com amostras específicas em oito estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.
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