Quaest: Lula empata com Bolsonaro e lidera contra todos os outros nomes em 2026

Por Felipe Nunes
Publicado em 5 de abril de 2025

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Rejeição ao governo não se traduz, necessariamente, em voto de oposição.

A nova pesquisa Quaest em parceria com a Genial Investimentos apurou os cenários eleitorais para 2026 e mostra que o presidente Lula empataria com Jair Bolsonaro em um eventual segundo turno — caso o ex-presidente esteja apto a disputar — e venceria todos os demais adversários testados.

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A pesquisa mostra que, embora exista insatisfação com o governo, a oposição ainda não conseguiu canalizar esse sentimento em votos.

Em todos os cenários simulados de segundo turno, há entre 14% e 18% de eleitores que desaprovam o governo, mas que ainda preferem Lula. Além disso, um número expressivo, entre 17% e 32%, dependendo da simulação, afirma que não votaria em nenhum dos dois. Isso mostra um fenômeno importante: a desaprovação ao governo não se converte automaticamente em voto na oposição, mas sim em alienação eleitoral.

Poucas mudanças nos cenários eleitorais

As mudanças nas intenções de voto nos últimos meses foram discretas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, subiu de 34% para 37% entre janeiro e março de 2025. Já Lula permaneceu estável, com 43%, reduzindo a diferença de 9 para 6 pontos percentuais.

No confronto entre Lula e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, a vantagem do presidente também caiu de 17 pontos em janeiro para 12 em março. Contra Ronaldo Caiado, de Goiás, o recuo foi semelhante: de 19 para 14 pontos de diferença.

Conhecimento e rejeição moldam o jogo eleitoral

Essas variações estão diretamente ligadas aos níveis de conhecimento e rejeição dos pré-candidatos. A desaprovação ao governo Lula tem afetado a sua imagem: sua rejeição chegou a 55%, um aumento de 10 pontos percentuais desde dezembro de 2024. No caso de Bolsonaro, o cenário é estável: ele também é rejeitado por 55% dos eleitores, oscilando dentro da margem de erro ao longo do tempo.

O empate entre Lula e Bolsonaro ocorre porque ambos possuem o mesmo grau de conhecimento, o mesmo índice de rejeição, mas Lula ainda tem uma ligeira vantagem no potencial de voto.

Medo do passado ou do presente? Percepção pesa na escolha

A pesquisa mostra que a desvantagem de Bolsonaro diante de Lula está associada a um fator emocional: o medo. Esse sentimento já aparecia nas pesquisas Quaest em 2021 e 2022, e permanece em 2025. Atualmente, 44% dos eleitores têm mais medo da volta de Bolsonaro, enquanto 41% têm mais receio da continuidade de Lula. Essa diferença, embora pequena, favorece o atual presidente na comparação direta.

O desconhecimento ainda é um trunfo de Lula

Além da rejeição, outro fator que favorece Lula é o desconhecimento em relação aos seus potenciais adversários. Os governadores que despontam como possíveis nomes da oposição ainda são pouco conhecidos: Tarcísio é desconhecido por 42% dos eleitores; Ratinho Jr, por 51%, Romeu Zema, por 61%; e Ronaldo Caiado, por 63%.

Apesar disso, mesmo com níveis tão altos de desconhecimento, esses candidatos já pontuam com cerca de 30% em um eventual segundo turno contra Lula. Isso indica que há um piso eleitoral consolidado para qualquer nome da oposição.

Brasil segue dividido em três grandes blocos

A pesquisa também mapeou os principais segmentos do eleitorado. O grupo mais fiel ao petismo, o “lula-petismo raiz”, representa 19% da população. Já o “bolsonarismo raiz” soma 12%. A direita não bolsonarista reúne 21% dos eleitores, superando a esquerda que não se identifica com o PT (12%).

O maior grupo, no entanto, é formado pelos eleitores sem alinhamento ideológico definido: 33% afirmam não se identificar com nenhum dos lados. Na prática, o Brasil segue dividido em três grandes blocos.

Maioria não quer Lula como candidato em 2026

Quando questionados se Lula deveria ser candidato à reeleição em 2026, a maioria dos brasileiros respondeu que não. O percentual dos que acreditam que ele não deve tentar um novo mandato cresceu de 52% em dezembro de 2024 para 62% em março de 2025.

Com Bolsonaro inelegível, quem representa a direita?

Com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, a pesquisa investigou quem poderia ocupar seu lugar na disputa presidencial. Tarcísio de Freitas (15%) e Michelle Bolsonaro (14%) aparecem com os nomes mais fortes. Em seguida, surgem Pablo Marçal (11%) e Ratinho (9%).

Metodologia

Foram entrevistados 2.004 pessoas entre os dias 27 e 31 de março de 2025. O levantamento tem margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos.

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