A nova rodada da pesquisa Quaest, em parceria com a Genial Investimentos, mostra um cenário inédito deste o início do terceiro mandato do petista: em um eventual segundo turno, Lula empataria com Tarcísio de Freitas, com 41% e 40%, respectivamente. Há apenas seis meses, Lula tinha 26 pontos de vantagem nesse mesmo cenário.

Michelle, Ratinho, Zema e Caiado também crescem
Em um confronto entre Lula e Michelle Bolsonaro, a diferença também seria mínima: 43% para o presidente, 39% para a ex-primeira-dama, um empate técnico no limite da margem de erro.

Ratinho Júnior, governador do Paraná, aparece com 38% das intenções de voto contra 40% de Lula, uma diferença de apenas dois pontos percentuais.

Já o governador Romeu Zema (MG) tem mostrado melhora na sua competitividade. Em um segundo turno contra Lula, o presidente teria 42%, contra 33% de Zema, uma diferença ainda significativa, mas que vem diminuindo.

Outro nome em ascensão é o governador Ronaldo Caiado (GO). Lula aparece com 43%, enquanto Caiado atinge 33%, com crescimento de três pontos em relação à última pesquisa.

Bolsonaro mantém força; Eduardo não decola
Apesar de inelegível, o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro foi testado. Se a eleição fosse hoje, Lula e Bolsonaro estariam numericamente empatados, com 41% cada, repetindo o padrão observado em 2022.

Entre os nomes ligados ao bolsonarismo, Eduardo Bolsonaro é o único que não mostra crescimento. Ele segue 10 pontos atrás de Lula, sem variações nos últimos cinco meses.

Rejeição ao governo se transforma em desgaste eleitoral
A principal leitura dos dados é clara: pela primeira vez, a rejeição ao governo começa a se converter em rejeição eleitoral direta a Lula. Isso tem alavancado o desempenho de pré-candidatos da oposição, que aparecem crescendo ou empatando com o presidente.
O governador Eduardo Leite (RS), testado pela primeira vez, aparece com 36% contra 40% de Lula, reforçando o grupo de nomes competitivos.

Menor desconhecimento amplia competitividade
A evolução dos pré-candidatos também está ligada ao aumento do conhecimento sobre eles. O desconhecimento de Tarcísio caiu de 45% para 39% em cinco meses. O mesmo movimento foi observado em outros nomes:
- Caiado: de 68% para 62%
- Ratinho Jr.: de 51% para 48%
- Zema: de 62% para 60%
À medida que os eleitores conhecem mais os nomes da oposição, sua competitividade cresce.

Polarização consolidada e fadiga política
Os dados também indicam que há uma rejeição consolidada aos dois polos, fenômeno que eu e Thomas Traumann chamamos de “calcificação”. O simples fato de ser “anti-Lula” garante a um candidato um potencial de 40%. O “anti-Bolsonaro” parte de 45%. O medo de que “o outro lado vença” força muitos eleitores a votarem por rejeição.

Essa fadiga se reflete em outro dado importante: 65% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro deveria desistir da candidatura para apoiar outro nome. No outro extremo, 66% acham que Lula não deveria tentar a reeleição — o maior índice desde o início da série histórica.


Metodologia
A pesquisa Quaest ouviu 2.004 pessoas entre os dias 29 de maio e 1º de junho de 2025. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro máxima estimada para os totais da amostra é de 2 pontos percentuais. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.