Nota de Esclarecimento

Por Quaest
Publicado em 25 de agosto de 2025

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Circulou na manhã desta segunda (25/08/25) uma nota anônima contestando os resultados da pesquisa Quaest divulgada na semana passada.

A nota questiona a vantagem de 8 pontos percentuais que o presidente Luiz Inacio Lula da Silva teria sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em um eventual segundo turno se a eleição fosse hoje, dado que nos 8 estados investigados com mais profundidade pela Quaest na mesma pesquisa (SP, MG, RJ, BA, RS, PR, PE e GO) a vantagem de Tarcísio seria de aproximadamente 1 ponto percentual em votos totais (Tarcísio 41% e Lula 40%).

A Quaest reitera a validade e coerência dos números das pesquisas publicadas, e esclarece que a análise proposta na nota contém erros de origem que levam a um questionamento impreciso e incorreto das pesquisas.

(1) Não é verdade, como a nota sugere, que “nos estados não contemplados nos recortes estaduais há, historicamente, uma relativa compensação entre campos políticos”.

Em 2022, Lula venceu Bolsonaro no segundo turno, em votos válidos, por uma vantagem de 54,5% contra 45,5% (quase 10 pontos percentuais) no agregado destes outros 18 estados e o Distrito Federal, que não foram investigados em profundidade pela Quaest na semana passada e que representam 33,6% do eleitorado.

(2) A nota tem uma outra afirmação com erro factual grave. Ela diz: ‘posso te garantir que há cerca de 20 milhões de votos para cada lado, cenário de equilíbrio’.

Não é isso que mostram os dados do TSE. Em 2022, Lula obteve nos estados não aprofundados pela Quaest uma vantagem de 3.588.846 de votos em relação a Bolsonaro – quase 1,5 milhões de votos a mais do que a vantagem que lhe garantiu a vitória apertada no segundo turno.

(3) Também não é verdade, como pressuposto na nota, que Tarcísio tenha hoje desempenho semelhante ao que teve Bolsonaro no segundo turno de 2022. Como mostrado na pesquisa Quaest, Bolsonaro tem hoje 94% de conhecimento no país, enquanto Tarcísio tem 66%. Sugerir que teriam o mesmo desempenho hoje, é ignorar a premissa de que para escolher um candidato é preciso conhecê-lo.

Comparar os resultados de hoje com o que pode acontecer daqui a um ano para questionar a pesquisa é má fé estatística, já que as projeções para 2026 precisam assumir pressupostos não verificáveis e incompatíveis com a pesquisa.

(4) A nota divulga outra informação equivocada: ‘a amostra teria utilizado apenas cerca de 27% de entrevistados evangélicos — percentual inferior à realidade populacional.’

Segundo o CENSO 2022 divulgado recentemente, o percentual de evangélicos com 10 anos ou mais no Brasil seria de aproximadamente 27%. E o percentual de evangélicos com 16 anos ou mais, que é exatamente a amostra realizada pela Quaest, seria aproximadamente de 26,5%.

Partindo de pressupostos equivocados, a nota anônima tenta descredibilizar o trabalho da Quaest com objetivos políticos. A torcida, no entanto, não é boa conselheira na avaliação de pesquisas eleitorais.

Belo Horizonte, 25 de agosto de 2025

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