Quaest: aprovação dos governadores e corrida para 2026

Por Felipe Nunes
Publicado em 27 de fevereiro de 2025

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A nova rodada de pesquisas Quaest, em parceria com a Genial Investimentos, traz um panorama atualizado sobre a aprovação dos governadores de oito estados brasileiros. O levantamento ouviu eleitores de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás, medindo o nível de satisfação da população com a atual gestão de seus governadores.

Governadores bem avaliados

Entre os estados analisados, Ronaldo Caiado (GO) lidera o ranking com 86% de aprovação, consolidando-se como o governador mais bem avaliado da pesquisa. Em seguida, Ratinho Júnior (PR) aparece com 81%, demonstrando forte apoio dos paranaenses.

Outros governadores também se destacam com índices positivos. Eduardo Leite (RS) e Romeu Zema (MG) apresentam 62% de aprovação, seguidos por Tarcísio de Freitas (SP) e Jerônimo Rodrigues (BA), ambos com 61%. Já no Rio de Janeiro, Cláudio Castro enfrenta uma avaliação mais desafiadora, com apenas 42% de aprovação.

Aprovação dos governadores

Os pontos fortes e fracos dos governadores

Além da aprovação dos governadores, a pesquisa Quaest também apurou a percepção dos eleitores sobre as principais qualidades e desafios de cada gestão estadual. 

Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas se destaca pela atração de empresas, mas enfrenta desafios na segurança pública, considerada sua principal fragilidade. Já em Minas Gerais, a educação aparece como um ponto positivo da gestão de Romeu Zema, enquanto a infraestrutura e mobilidade são os setores que mais preocupam os mineiros.

No Rio de Janeiro, o principal problema também é a segurança, mas a atração de novos negócios é um fator bem avaliado. Na Bahia, a gestão de Jerônimo Rodrigues recebe elogios na educação e atração de empresas, mas enfrenta críticas na saúde e segurança.

O Paraná, sob a liderança de Ratinho Júnior, apresenta um cenário diferente. Todas as áreas foram bem avaliadas pelos eleitores, com destaque para educação, geração de emprego e renda, e atração de empresas. O Rio Grande do Sul, governado por Eduardo Leite, tem a educação como seu principal ponto positivo, enquanto a saúde é a área mais criticada.

Em Pernambuco, o setor educacional também recebe avaliações positivas, mas a saúde e a segurança são apontadas como desafios da administração estadual. Já em Goiás, governado por Ronaldo Caiado, os resultados são extremamente positivos, com segurança e educação sendo considerados os principais carros-chefes da gestão.

Comparação entre os estados: quem está mais otimista?

Os paranaenses são os mais otimistas: 78% acreditam que o Paraná está melhor do que os demais estados. Na Bahia, 75% dos eleitores também enxergam avanços significativos no estado, reforçando a percepção positiva sobre a gestão de Jerônimo Rodrigues. Em Minas Gerais, o otimismo também é alto, com 56% dos mineiros acreditando que o estado está em uma posição favorável em relação aos demais.

Já no Rio Grande do Sul e em Pernambuco, o cenário é mais equilibrado, com 45% da população acreditando que seus estados estão melhores do que a média nacional. Em São Paulo, esse número cai para 40%, indicando que uma parcela menor dos paulistas vê avanços expressivos.

E no Rio de Janeiro, o pessimismo é mais evidente: apenas 25% dos cariocas consideram que o estado está melhor do que os outros.

Os governadores merecem um novo mandato?

Além de medir a aprovação dos governadores, a pesquisa também investigou a opinião dos eleitores sobre a possibilidade de reeleição dos atuais gestores estaduais. 

Em São Paulo e na Bahia, a maioria dos eleitores acredita que Tarcísio de Freitas e Jerônimo Rodrigues deveriam continuar à frente do governo por mais quatro anos.  Já em Pernambuco, o cenário é o oposto: a maior parte da população considera que a atual governadora Raquel Lyra não merece a reeleição.

Intenção de voto para governador em 2026

Esse merecimento reflete diretamente na intenção de voto para as eleições estaduais de 2026. No caso de São Paulo, a pesquisa mostra que Tarcísio de Freitas desponta como favorito, registrando 38% das intenções de voto em um cenário estimulado.

O governador está muito à frente de seus possíveis concorrentes: Fernando Haddad aparece com 15%, seguido por Pablo Marçal (12%) e Márcio França (6%). 

Se em São Paulo Tarcisio de Freitas tem ampla vantagem, na Bahia, a situação do governador Jerônimo Rodrigues é mais desafiadora. Embora a maioria dos eleitores acredite que ele mereça a reeleição, a corrida eleitoral para 2026 promete ser acirrada.

O principal adversário de Jerônimo é ACM Neto, que surge como um nome competitivo e está tecnicamente empatado com o atual governador nas intenções de voto.

Já em Pernambuco, a percepção majoritária de que Raquel Lyra não merece um segundo mandato se traduz em uma vantagem expressiva para um possível adversário: João Campos.

No cenário estimulado para as eleições de 2026, João Campos aparece com 56% das intenções de voto, mais que o dobro da atual governadora, que registra 28%.

Governadores em último mandato terão força para eleger um sucessor?

Para alguns governadores bem avaliados, o foco em 2026 não será a reeleição, mas sim a sucessão. A pesquisa mostra que, em estados como Goiás, Paraná e Minas Gerais, a maioria da população acredita que os atuais governadores merecem eleger seus sucessores. Isso indica um alto grau de aprovação e continuidade política, favorecendo nomes alinhados às gestões de Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e Romeu Zema.

No Rio Grande do Sul, o cenário é mais equilibrado, com a população dividida sobre se Eduardo Leite deve ou não influenciar diretamente na escolha do próximo governador. Já no Rio de Janeiro, a situação é desfavorável para Cláudio Castro: a maioria dos eleitores acredita que ele não merece eleger um sucessor.

Em Goiás, a alta aprovação de Ronaldo Caiado se traduz em um forte capital político, que favorece seu vice, Daniel Vilela, na disputa pelo governo estadual em 2026. Vilela lidera a corrida com 24% das intenções de voto, impulsionado pelo apoio do atual governador.

Seu principal adversário no momento é o ex-governador Marconi Perillo, que aparece com 15%, indicando que a oposição ainda busca ganhar tração na disputa. No entanto, o cenário segue indefinido, já que 18% dos eleitores estão indecisos, um número significativo que pode influenciar o equilíbrio da eleição nos próximos meses.

Diferentemente do que acontece em Goiás, onde o governador Ronaldo Caiado fortalece seu indicado, no Paraná, o prestígio de Ratinho Júnior ainda não se traduz em uma alavanca decisiva para a sucessão estadual. Seu possível sucessor, o prefeito de Curitiba Rafael Greca, aparece com 18% das intenções de voto na pesquisa.

Por outro lado, quem lidera a disputa no momento é o senador Sérgio Moro, com 30%, mostrando que sua base eleitoral no estado segue forte. 

Assim como no Paraná, a aprovação do governador Romeu Zema ainda não se traduz em um impulso significativo para seu possível sucessor. Seu vice, Mateus Simões, aparece com apenas 4% das intenções de voto.

O nome mais forte na disputa é o do senador Cleitinho, que lidera com 33%, consolidando-se como o principal candidato ao governo mineiro. O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, também aparece competitivo, com 16%, enquanto o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, registra 8% das intenções de voto.

No Rio Grande do Sul, o cenário sucessório segue indefinido, e a estrutura do governo ainda não conseguiu fortalecer a candidatura do atual vice-governador, Gabriel Souza, que aparece com apenas 7% das intenções de voto. Eduardo Leite ainda não conseguiu transferir capital político para seu aliado.

Quem lidera a disputa é Juliana Brizola, com 19%, consolidando-se como a principal candidata no momento. Logo atrás, aparece o nome bolsonarista, Tenente-Coronel Zucco, que registra 15% das intenções de voto e pode crescer ainda mais se consolidar o apoio do eleitorado conservador no estado.

No Rio de Janeiro, a gestão de Cláudio Castro enfrenta dificuldades para impulsionar um nome competitivo na disputa. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, lidera a corrida com 29% das intenções de voto, consolidando-se como o principal nome até o momento. Em segundo lugar, aparece o senador Flávio Bolsonaro, com 20%, o que indica um embate entre um candidato ligado à gestão municipal e outro representante do bolsonarismo no estado.


Metodologia da pesquisa

A pesquisa da Quaest, em parceria com a Genial Investimentos, foi realizada entre os dias 19 e 23 de fevereiro, ouvindo eleitores em oito estados brasileiros. Ao todo, foram entrevistadas:

• 1.644 pessoas em São Paulo (margem de erro de 2 pontos percentuais);

• 1.482 em Minas Gerais (margem de erro de 3 pontos);

• 1.400 no Rio de Janeiro (margem de erro de 3 pontos);

• 1.400 no Rio Grande do Sul (margem de erro de 3 pontos);

• 1.200 na Bahia (margem de erro de 3 pontos);

• 1.104 no Paraná, em Goiás e em Pernambuco, cada (margem de erro de 3 pontos).

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