Se a eleição presidencial fosse hoje, a pesquisa de intenção de voto Genial/Quaest mostra que Lula venceria todos os seus possíveis adversários em um eventual segundo turno. No entanto, o cenário mais equilibrado seria contra o cantor Gusttavo Lima, onde o presidente teria 41% das intenções de voto contra 35% do sertanejo.

Por que Gusttavo Lima aparece com um desempenho competitivo?
O bom desempenho do cantor se deve ao seu alto nível de conhecimento e imagem positiva entre os eleitores. Gusttavo Lima é conhecido por cerca de 80% da população, um índice muito superior ao de outros políticos como Tarcísio de Freitas (55%), Romeu Zema (38%) e Ronaldo Caiado (32%). Essa visibilidade nacional dá uma vantagem competitiva, já que para ser votado, primeiro é preciso ser conhecido.

Nos demais cenários testados pela pesquisa de intenção de voto, Lula também venceria Eduardo Bolsonaro (44% x 34%), Pablo Marçal (44% x 34%), Tarcísio de Freitas (42% x 34%), Romeu Zema (45% x 28%) e Ronaldo Caiado (45% x 26%).
Considerando que a oposição tenha entre 26% e 35% dos votos, nenhum outro nome foi capaz de mobilizar a totalidade dos 49% que reprovam o governo Lula. Se a eleição fosse hoje, parte de quem reprova, opta por votar em branco, nulo ou se abster.

Lula mantém a vantagem, mas ela diminuiu
Apesar de continuar liderando, Lula viu sua vantagem eleitoral encolher significativamente no último mês. Um exemplo disso é o cenário contra Tarcísio de Freitas: em dezembro de 2024, a diferença entre os dois era de 26 pontos, mas agora caiu para 9 pontos.

O mesmo fenômeno ocorreu no confronto entre Lula e Caiado. Em dezembro, o presidente tinha 34 pontos de vantagem sobre o governador de Goiás. Agora, essa diferença caiu para 19 pontos. Esses dados da pesquisa de intenção de voto indicam uma redução na popularidade de Lula e no tamanho de sua vantagem eleitoral.

Quem tem maior potencial de crescimento na disputa?
O nível de conhecimento do eleitor sobre cada candidato impacta diretamente sua intenção de voto. Quando cruzamos esses dados na pesquisa de intenção de voto, conseguimos medir o potencial de crescimento de cada nome.
Entre os mais conhecidos, Caiado apresenta o maior índice de conversão, sendo votado por 81% de quem o conhece. Na sequência aparecem Zema (74%), Tarcísio (62%), Marçal (50%), enquanto Gusttavo Lima e Eduardo Bolsonaro têm 44% de intenção de voto entre seus eleitores conhecidos.
Isso significa que, se Caiado, Zema e Tarcísio ampliarem sua visibilidade nacional, podem se tornar mais competitivos, caso consigam replicar para o Brasil a imagem que construíram em seus respectivos estados.
Caso isso não aconteça, abre-se espaço para que o nome mais conhecido se consolide como candidato viável. E, nesse sentido, Gusttavo Lima já demonstra um desempenho relevante, mesmo sem estar filiado a um partido político.
Dois pontos também merecem destaque:
- Jair Bolsonaro continua sendo o nome mais forte da oposição, mas segue inelegível.
- Fernando Haddad, como Ministro da Fazenda, tornou-se a liderança mais rejeitada no momento (56%).

O que os cenários de primeiro turno revelam?
Embora as simulações de segundo turno sejam, neste momento, a melhor forma de medir o potencial dos candidatos, a pesquisa de intenção de voto também avaliou como seria a disputa no primeiro turno.
Independentemente do cenário, Lula mantém seu piso histórico de 30%. Caso a oposição bolsonarista se unifique em torno de um nome como Gusttavo Lima, e Tarcísio não entre na disputa, o cantor poderia ter força para chegar ao segundo turno.
Se, por outro lado, o bolsonarismo e a direita moderada se fragmentarem, o cenário se torna imprevisível. Até Ciro Gomes poderia se viabilizar como adversário de Lula, caso a divisão entre a direita e a direita radical persista.
Ou seja, para ser competitiva em 2026, a oposição precisará mais do que a insatisfação com o governo. Será necessário se organizar e apresentar um nome forte e unificado para disputar contra o incumbente.

Cenário eleitoral segue indefinido
Apesar de todas as simulações da pesquisa de intenção de voto, o cenário para 2026 ainda está completamente em aberto. A incerteza eleitoral fica evidente no fato de que 78% dos eleitores não sabem dizer espontaneamente em quem votariam se a eleição fosse hoje.
Nesse contexto, tanto Lula quanto Bolsonaro aparecem com apenas 9% na pesquisa de intenção de voto espontânea. Esse dado reflete ao mesmo tempo a força e a fragilidade de ambos, pois, enquanto seguem como figuras centrais no debate político, enfrentam um eleitorado ainda disperso e sem uma definição clara de preferência.

Metodologia da pesquisa
A pesquisa de intenção de voto foi realizada entre os dias 23 e 26 de janeiro, ouvindo 4.500 pessoas em todo o país. O levantamento tem um nível de confiança de 95% e uma margem de erro de 1 ponto percentual. O estudo foi encomendado pela Genial Investimentos.
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